Tanto de forma direta, através
do regulador bancário e do regulador da bolsa de valores, como de forma
indireta, através do Governo, o Estado português avalizou o aumento de capital
do então denominado BES. Este comportamento do Estado induziu muita gente a, de
boa-fé, apostar no Banco Espírito Santo as suas poupanças, nalguns casos, as
poupanças de toda uma vida.
Sem pôr em causa a viabilidade
financeira do “Novo Banco”, o Estado Português tem de encontrar rapidamente
uma forma de ressarcir essas pessoas que, de um dia para o outro, ficaram sem
os seus aforros.
Passado todo este tempo, ainda
não foi dada uma resposta condigna às muitas pessoas que investiram em “papel
comercial” do Banco Espírito Santo – pessoas essas que, semana após semana, têm
demonstrado bem todo o seu desespero.
Está em causa a confiança dos
cidadãos num Estado que os deve servir. Sem o aval das instituições criadas
pelo Estado e financiadas pelos impostos dos portugueses, o aumento de capital
não teria o sucesso alcançado.
Sem entrar na chicana
política, tão característica dos nossos partidos políticos, que se servem
apenas destes casos como arma de arremesso (seja ao Governo, seja ao Presidente
da República, seja ao Governador do Banco de Portugal), o NÓS, CIDADÃOS! exige
que o Estado português não faça figura de Pôncio Pilatos, lavando as mãos de um
assunto em que tem responsabilidades, não apenas materiais como éticas.
NÓS, CIDADÃOS!
15 de Fevereiro de 2015