Enaltecendo
o inexcedível empenho dos nossos bombeiros e lamentando as vítimas mortais que
já se verificaram, para além de todos os prejuízos materiais, NÓS, CIDADÃOS!
não podemos calar a nossa revolta perante a mais recente vaga de incêndios, que
denota bem a falta de orientação estratégica da classe política que temos tido
nas últimas décadas.
Com
efeito, quando temos um Ministro da Defesa que assume publicamente que a nossa
Força Aérea não tem meios com a polivalência necessária para ajudar no combate
aos fogos, isso só pode significar a confissão da falência política e moral do
Estado, que, década após década, não usou da melhor forma os nossos recursos em
prol do bem comum.
Agora,
pretende-se pela enésima vez discutir a melhor forma de responder às vagas de
incêndios que, ano após ano, ainda que nem sempre com a mesma gravidade
(dependendo das condições meteorológicas), assolam o nosso país, como se
tivéssemos que escolher entre a prevenção e o combate.
Obviamente,
devemos apostar o mais possível na prevenção – porque essa é frente que, no
médio-longo prazo, mais resultados nos pode trazer. Nessa frente, há elementos
fundamentais a ter em conta – nomeadamente:
-
A inexistência de políticas ativas de dinamização e gestão das valências territoriais,
o que decorre da comprovada ineficiência política das CCR´s;
-
A inexistência de um cadastro nacional da propriedade e solos agrícolas e, em
consequência, a inoperacionalidade de qualquer Lei dos Solos;
-
Uma indústria nacional (de excelência) de pasta de papel que vive a braços com
uma crise de matéria-prima e uma produção e renda florestal desbaratada e
marginal em todo o processo.
Tudo
isso não implica, porém, descurar os meios necessários para o combate, o qual,
conforme defendemos no nosso Programa Político, exige um muito maior
envolvimento das nossas Forças Armadas: «Entre as incumbências previstas na
nossa Constituição para as Forças Armadas, designadamente a militar, a
diplomática e a de interesse público, entendemos que, atualmente, se deve dar
prioridade à terceira, que abrange as missões de proteção civil».
NÓS, CIDADÃOS!
13 de Agosto de 2016